
O que está por trás da "Brazilian Storm" ("Tempestade Brasileira")? Em um vídeo divulgado pela marca patrocinadora do Lowers Pro, etapa válida como QS 10.000, em Trestles, na Califórnia (EUA), distribuindo 10.000 no ranking de acesso à elite, surfistas estrangeiros tentam explicar e entender o sucesso dos brasileiros no esporte. Nomes como Kolohe Andino, C. J. Hobgood, Freddy Patacchia, Sebastian Zietz e até fabricantes de pranchas veem na origem humilde e na pobreza um dos motivos para tamanha determinação, força e desejo de vencer. A versatilidade em diferentes tipos de onda, a união e o surfe como instrumento transformador na sociedade são outros pontos abordados. Para brasileiros como Gabriel Medina e Miguel Pupo, a visão dos gringos é legítima e esta é uma das razões que explicam o sentimento dos brasileiros no Tour.
Onze vezes campeão mundial, o americano Kelly Slater destaca que os caminhos seguidos pelas crianças nos Estados Unidos e Austrália são bem mais tranquilos se comparados aos dos brasileiros. Ele aponta que a necessidade muitas vezes é o que move os surfistas do Brasil a se arriscarem no esporte, diferentemente de outros jovens, como ele, por exemplo.
- Muitas pessoas veem no surfe uma profissão divertida, que te leva a viajar pelo mundo e ainda ajudar a sua família. Há muitas razões pelas quais as pessoas amam o esporte. Mas há outras coisas que vêm com o sucesso. E há muito mais motivação dos brasileiros do que com as crianças com as quais eu cresci. É uma coisa cultural. Crianças na Austrália e nos Estados Unidos têm um caminho mais fácil. A vida delas não é tão difícil, elas não têm nada para lutar. E esse espírito dos brasileiros, seja em qualquer esporte, como Formula 1, é algo que vem com a necessidade.
O americano C. J. Hobgood, por sua vez, diz que os atletas do país não teriam outras oportunidades a não ser no esporte.
- Esses caras não têm um plano B. Eles estão lá para participar do Tour e vão fazer acontecer - acredita o campeão mundial em 2001.
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